Faltando pouco mais de um mês para as eleições, as campanhas eleitorais e as pesquisas de intenção de votos dão o tom das conversas no mercado político. O assunto também é destaque nas redes sociais e tem entrado para o ranking de palavras mais postadas no Twitter frequentemente. Pela primeira vez no Brasil, as redes e as mídias sociais terão poder de influência sobre as eleições. Se o impacto será tão grande quanto o que elegeu Barack Obama nos EUA, ainda é cedo para dizer, mas com certeza vai mudar a forma de se fazer política no país.
Para o consultor de marketing digital da www.magoweb.com, Silvio Tanabe, que elaborou as “cinco diretrizes do marketing digital para campanhas políticas”, “para se adequar à internet e conquistar os eleitores, os candidatos precisam inserir suas campanhas no ambiente digital e isso requer novas diretrizes, em muitos casos totalmente opostas às campanhas tradicionais”, escreveu ele.
E prosseguiu: “Por esse motivo, veremos a dificuldade de muitos em se adaptar, pois os meios de comunicação da internet como blogs, redes e mídias sociais não são apenas veículos de propaganda, mas formas de diálogo com eleitores, opinião pública, imprensa e a sociedade como um todo.”
Dessas diretrizes, as principais são:
Descentralização: Ao contrário das campanhas tradicionais, que tendem a monopolizar toda a comunicação e a disseminação de mensagens, a ordem na internet é descentralizar, ou seja, incentivar os correligionários e simpatizantes a criar os próprios meios para divulgar seus candidatos. Nesse caso, o comitê da campanha funciona como uma fonte de referência de conteúdo, colocando à disposição informações e notícias, e fornecendo orientação a quem quiser formar a sua comunidade em prol do candidato ou partido.
Interação: A internet permite que, além dos comícios, do rádio e da TV, também seja possível interagir virtualmente por meio das redes e das mídias sociais. Essa participação é tão importante quanto a presença física, pois permite ter contato direto com um número muito maior de eleitores.
Mobilização: Talvez este seja o maior desafio dos partidos e dos candidatos nesta e nas próximas eleições. De acordo com a empresa de pesquisas ComScore, somente 2% dos internautas brasileiros acessam sites com conteúdo político, número bem inferior aos 9,8% dos norte-americanos, indicando o baixo interesse pelo assunto. Portanto, para mobilizar o eleitor a não apenas escolher o candidato mas também promovê-lo em comunidade ou redes de relacionamentos, também é necessária uma mudança de postura. Não bastam mais as promessas de campanha; elas devem ser acompanhadas pela defesa de causas (sociais, ambientais, educacionais etc.) que sensibilizem os eleitores e os identifiquem com elas. Nas eleições presidenciais americanas, isso ficou bem claro na campanha "Yes, we can!", que mobilizou sobretudo os jovens.
Transparência: A internet é uma arma importante para fazer com que a honestidade e a transparência deixem de ser uma opção para se tornar uma obrigação no meio político. É o principal meio para a sociedade pressionar os
órgãos públicos a serem mais transparentes em relação aos gastos e, com a recente regulamentação das doações via internet, isso tende a se estender também para as campanhas eleitorais. A partir deste ano, qualquer pessoa poderá fazer doações por meio do site do candidato, que fará o registro e identificação de cada doação. Todos os dados serão utilizados para prestar contas após a eleição e, caso estejam irregulares, o candidato corre o risco de ter sua posse impugnada ou de se tornar inelegível nas futuras eleições. ONGs também têm usado a internet para incentivar os políticos a serem mais transparentes, e o exemplo mais recente é o site www.fichalimpa.org.br que mostra o histórico dos candidatos.
Monitoramento: A internet vai muito além das pesquisas de intenção de voto e permite que seja possível monitorar, de forma quase imediata, o impacto sobre as ações realizadas durante a campanha. É possível monitorar quais assuntos geram maior repercussão ou por que determinado candidato tem a preferência sobre o outro. Em uma campanha de curta duração, usar essas informações para direcionar as ações pode representar o sucesso ou o fracasso na eleição.
Ao contrário das campanhas tradicionais, a aplicação dessas cinco diretrizes não termina com a eleição. Assim como promoveram seus candidatos, os internautas vão continuar a fazer uso da web para acompanhar e para fiscalizar o seu trabalho no novo mandato. Por sua vez, os políticos devem continuar a usar a internet para manter o canal de relacionamento com seus eleitores, imprensa e opinião pública em geral. É por isso que estas eleições são um verdadeiro divisor de águas na política brasileira. A partir de agora, nada será como antes. (Com informações do iMasters).
Nota Verde
Os três anos de existência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram comemorados na última semana, em Brasília, com a assinatura de portarias e decretos ligados à proteção ambiental.
Foram assinados portarias e decretos, que incluem a aprovação de planos de manejo de sete unidades de conservação, a criação de seis áreas de Reserva Particular do Patrimônio Natural nos Estados de Sergipe, Santa Catarina, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte, e 14 novos planos de preservação de espécies, beneficiando 77 espécies da fauna e flora.
Saúde em debate
O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Espírito Santo (Sindsaúde-ES) e outras entidades sindicais da área da saúde realizam debate com os candidatos ao governo do Estado nesta terça-feira, às 18 horas, no Ifes, em Vitória. As propostas para a saúde pública e o comprometimento dos candidatos com os servidores da área serão discutidos no encontro.
Até ontem só os candidatos Brice Bragato (Psol) e Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) haviam confirmado presença. Na agenda de Renato Casagrande (PSB) há atividades em Brasília. O debate será restrito aos servidores do Estado que terão de apresentar o contracheque ou crachá de identificação para participar.
Política nas Redes Sociais
A candidata do PV, Marina Silva, lançou um jogo online com o qual pretende conscientizar a população sobre a necessidade de iniciar políticas ambientais mais sustentáveis. O game "Um mundo", que pode ser acessado através do endereço "www.ummundo.com.br", segue os padrões dos jogos de outras redes sociais, no qual vários usuários se relacionam e trocam ideias.
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