sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Deixando a poeira baixar

Depois de uma semana agitada nos meios políticos, com a “exclusão” do PSDB da gestão do governador Paulo Hartung (PMDB), os próximos a serem abalados deverão ser os socialistas. Mas isso não deve acontecer agora.

Com o crescimento da pré-candidatura do senador Renato Casagrande (PSB) ao governo do Estado, os próximos a deixarem o governo serão os secretários de Estado Paulo Foletto (Ciência e Tecnologia) e Audifax Barcelos (Economia e Planejamento), ambos do PSB.

A aproximação do PSB com o PSDB do também pré-candidato ao governo e deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas, incomodou as lideranças que defendem o nome do vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) para a sucessão de Hartung.

Mas agir agora contra o PSB não deverá ser a tática adotada pelo Palácio Anchieta, garante alguns integrantes do primeiro escalão. A candidatura à Presidência do deputado federal Ciro Gomes (PSB) tem grandes chances de não decolar, tanto é que o ele já transferiu seu domicílio eleitoral para São Paulo.

Com isso, a candidatura de Casagrande não se torna inevitável. Isso dá mais tempo para o movimento Avança Espírito Santo, de apoio a Ferraço, continuar investindo no recuo do PSB. Enquanto isso, cada um se segura como pode no governo.

  • Porta voz. As críticas ao governo a respeito da exoneração do presidente estadual do PSDB, Ricardo Santos, da Secretaria de Agricultura, deverá vir dos Max, que são os mais novos aliados dos tucanos.
  • Recordar é viver. Luiz Paulo postou em seu blog no final da noite de ontem uma homenagem a Ricardo Santos. Lembrou ainda que eles, os Max e os Camatas já estiveram todos juntos em um passado não muito recente.
  • Rebuliço. Causou um burburinho a chegada de Casagrande na posse de Sérgio Aboudib no Tribunal de Contas. A presença dele e Hartung na mesma sala gerou cochichos de todos os lados.
  • Clone. Muita gente cumprimentou o médico Rodrigo Aboudib, irmão gêmio do novo conselheiro pensando que se tratava de Sérgio.

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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Não colou

O discurso apresentado pelo governo do Estado para a retirada de Ricardo Santos (PSDB) da Secretaria de Agricultura (Seag) nem de longe colou para o mercado político capixaba. “Estas modificações na equipe são de cunho administrativo”, argumentou Valdir Klug, chefe de gabinete do governador Paulo Hartung (PMDB).

“Os nomes anunciados têm perfil absolutamente técnico”, afirma ele. No lugar do tucano entrou Enio Bergoli (foto). Um é agrônomo e o outro engenheiro agrônomo. Não muito diferente para a função. Mas Klug não parou por aí.

“Daqui pra frente, as alterações deverão ter como um dos critérios escolher pessoas que não tenham pretensão eleitoral no ano que vem”, encerrou ele. Klug, inclusive, chegou a ser anunciado para o cargo de secretário-chefe da Casa Civil, mas nunca ocupou o cargo, que ontem foi dado ao vice-presidente do DEM, José Antônio Pimentel, que tem o mesmo perfil articulador que seu antecessor, o novo conselheiro do Tribunal de Contas Sérgio Aboudib.

Na mesma quarta-feira que Ricardo Santo caiu, o vice-governador e pré-candidato a governador Ricardo Ferraço (PMDB) assinava convênio com 12 prefeituras para a doação de toneladas de sementes que serão distribuídas em 2010 (foto). Logo mais, às 9 horas, Hartung lança em Muqui, provavelmente acompanhado de Ricardo, a 4ª etapa do programa “Luz para Todos”, desenvolvido pela Seag.

E deverão ocorrer mais “alterações”, segundo Klug. É mais um recado para os socialistas. Ainda restam dois no governo: Paulo Foletto (Ciência e Tecnologia) e Audifax Barcelos (Economia e Planejamento). Em comum, PMDB, PSDB e PSB têm pré-candidaturas ao governo do Estado. Mas são os peemedebistas que estão no comando.

A mudança, para as lideranças políticas, foi um reflexo das últimas movimentações do PSDB, principalmente no comando da Seag. Já que se trata de uma candidatura inevitável, devido ao cenário nacional, deve-se evitar que ela cresça.


  • Asas. E alguns tucanos bateram asas para Brasília, onde irão discutir com a Executiva nacional a decisão do governo em tirar a Seag do PSDB e como será a reação.
  • Novata. Ainda sem muitas penas azuis e amarelas, a deputada federal Rita Camata (PSDB) também participa da reunião.
  • Mais. E no final da noite desta quarta-feira, começou a circular a informação nos bastidores de que o próximo a cair é o diretor-geral da Superintendência dos Projetos de Polarização Industrial (Suppin), William Galvão, que também integra o Diretório Estadual do PSDB.
  • Será? A pergunta que não quer calar é se o secretário de Estado de Desenvolvimento, Guilherme Dias, um dos homens mais fortes do governo e que também integra o Diretório tucano vai cair. Ou será que deixará o partido?

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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Ricardo Santos caiu

Como antecipei aqui na última segunda-feira, trago em primeira mão a informação de que o secretário de Estado da Agricultura, Ricardo Santos (PSDB), deixa o cargo ainda hoje. A informação veio do próprio ninho tucano. Até o final da manhã desta quarta-feira o governo ainda não havia confirmado a informação.

Tanto a assessoria do Palácio Anchieta, quanto a da Secretaria de Agricultura dizem não saber de nada. Tentei falar com Ricardo Santos, mas ele não atende as ligações.

O mais cotado para assumir a pasta é o secretário de Estado de Gerenciamento de Projetos, Enio Bergoli. A intenção do governo é colocar um técnico no cargo, direcionando a visibilidade da secretaria para o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), pré-candidato ao governo.

Dos partidos que também possui pré-candidatos ao governo, PSDB e PSB, e que mantém secretários na gestão do governador Paulo Hartung (PMDB), o tucano foi o primeiro a cair. Agora ainda resta o secretário da Ciência e Tecnologia, Paulo Foletto, e o de Economia e Planejamento, Audifax Barcelos, ambos socialistas.

Os desdobramentos do dia vocês acompanham aqui do lado direito, pois vou postando as informações pelo Twitter. E não esqueça de deixar sua opinião no espaço para comentários desse blog. Fica logo abaixo das notas.

  • Ausência. Os advogados que acompanharam a sessão da Segunda Câmara Cível no Tribunal de Justiça nesta terça-feira sentiram a falta do desembargador Manoel Alves Rabelo, que deveria presidir os trabalhos.
  • Moroso. O magistrado passou a ser investigado pelo Conselho Nacional de Justiça devido à lentidão na condução de alguns processos quando era corregedor-geral da Justiça, na gestão passada.
  • Alegria. Alguns deputados estaduais não esconderam a alegria de ver as sessões monótonas da Casa pegando fogo nesta terça. Aparecida Denadai (PDT) e Janete de Sá (PMN) protagonizaram o bate-boca.
  • Sumiu? Alguém viu os integrantes do movimento Avança ES por aí? Onde está o prefeito de Vitória, João Coser (PT)? E o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB)? Aparentemente está tudo muito parado.

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

A eleição no Tribunal de Justiça

A eleição para presidência do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), em dezembro deste ano, promete ser um pouco diferente das anteriores. Depois que mais da metade daquela Corte foi alvo de denuncias oriundas de diversas fontes, a população gostaria de mudanças, mas não acredita que ela virá, como revelou pesquisa recentemente divulgada pela ONG Transparência Capixaba.

O comando do TJ, na maioria das vezes, é eleito por unanimidade, num rito tradicionalmente seguido pelos magistrados. Seguem a ordem de antiguidade, como se fosse uma irmandade.

Mas esse pleito será o primeiro após a tsunami que passou pelo Judiciário capixaba, com a Operação Naufrágio e com a inspeção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O relatório da inspeção atingiu diretamente o primeiro da lista, conforme o rito adotado pelos magistrados, que é o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TER-ES), desembargador Manoel Alves Rabelo (foto).

O corregedor-geral de Justiça, ministro Gilson Dipp, determinou a abertura de investigação contra Rabelo no CNJ, para apurar atrasos no andamento de um processo sob a responsabilidade do desembargador contra outro magistrado.

Já no gabinete de Rabelo, foi constatado o excesso de funcionários comissionados (oito) e uma taxa de congestionamento alta, ou seja, lentidão. Havia processos conclusos para despacho desde junho de 2008.

Vale lembrar ainda que o TRE-ES, sob sua gestão, que substituiu a do presidente afastado, desembargador Frederico Guilherme Pimentel, também passará por inspeção do CNJ.

A eleição promete ser uma caixinha de surpresas e já anda agitando os corredores daquele Poder. Os comentários entre advogados também é geral. Há muitas expectativas. O que você pensa sobre isso? Deixe seu comentário logo abaixo.

  • Fácil. Já a eleição para a presidência do TRE-ES deverá ser fácil, com a condução do desembargador Pedro Valls Feu Rosa para o cargo.
  • Experiência I. O mais novo conselheiro do Tribunal de Contas do Espírito Santo e ex-chefe da Casa Civil, Sérgio Aboudib, tem experiência em articulações para eleições, pois comandou as últimas quatro da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.
  • Experiência II. Dizem por aí que sua atuação na eleição do novo presidente do TC, também em dezembro, é dada como certa. O ex-auditor-geral do Estado e conselheiro Carlos Ranna é cotado para o cargo. Ambos foram indicados pelo governador Paulo Hartung (PMDB).

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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A hora dos secretários

Circula um forte burburinho nos corredores do Palácio Anchieta de que a hora dos secretários que são pré-candidatos deixarem o governo chegou. Mas nem todos devem sair. Estão na berlinda apenas aqueles que não fazem coro ao nome do vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) para a sucessão do seu colega de partido, o governador Paulo Hartung.

Os principais atingidos serão tucanos e socialistas, que também contam com projetos para disputar o governo do Estado nas eleições de 2010. As duas siglas não gostam muito da ideia de deixarem a máquina, pois argumentam que também fazem parte da base governista.

Mas qual partido que deseja garantir sua permanência no poder daria apoio a outro com igual objetivo? Tudo bem que essa historia de ideologia partidária na política brasileira está mais para ficção, mas deve haver ao menos coerência. E o PMDB usará todas as suas armas nessa batalha.

As informações de bastidores dão conta de que o titular da Secretaria da Agricultura (Seag), o tucano Ricardo Santos (na foto sendo empossado por Ferraço), será o primeiro a cair. Uma levada de 17 tratores, inclusive, que já estariam prontos para serem entregues pelo interior, estão aguardando a chegada do Secretário de Estado de Gerenciamento de Projetos, Enio Bergoli, que não tem filiação e deverá assumir a pasta.

Outro que anda incomodando os partidos que estão empenhados na eleição de Ferraço, como PR, PT e PDT, é o deputado estadual licenciado Paulo Foletto (PSB), que comanda a pasta da Ciência e Tecnologia. Tem ganhado muita visibilidade com o programa Nossa Bolsa, que reuniu 700 estudantes em Cachoeiro de Itapemirim (foto), mais 700 na Universidade Federal do Espírito Santo e outros 1.000 em Linhares. Com seu jeito brincalhão e bem humorado, o socialista tem caído cada vez mais no gosto dos jovens.

Na última reunião com seu secretariado, Hartung deu o recado para aqueles que pudessem estar tirando proveitos eleitorais de sua gestão. Muitos entenderam. Mas parece que haverá uma queda de braço. O governador quer que eles anunciem suas saídas, como se fosse de forma espontânea. Alguns têm dito que não o farão. É aguardar para ver no que vai dar.

Também está em risco a permanência do presidente do Bandes, Guerino Balestrassi (PV), e do secretário de Economia e Planejamento, Audifax Barcelos (PSB), que por sinal, incomodou com sua ida para o projeto socialista do senador Renato Casagrande (PSB).

A semana promete ser agitada nos bastidores das negociações e estratégias partidárias para as eleições de 2010, que seguem a todo vapor pelos bastidores.

  • Pesquisa. A ONG Transparência Capixaba divulgou pesquisa realizada pelo Instituto Flexconsult, sobre o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES). E os capixabas mostraram que não estão nada satisfeito com o Judiciário do Espírito Santo.
  • Os números I. Sobre as medidas tomadas pelos desembargadores após a Operação Naufrágio, 61% acreditam que não foram suficientes. O trabalho dos magistrados também foi reprovado por 65,5% da população. Já 58,7% acreditam que outros membros o Poder Judiciário já tinham conhecimento dos fatos revelados na operação.
  • Os números II. Quando foi perguntado se as pessoas denunciadas pela Naufrágio seriam punidas pela Justiça, 67% dos capixabas responderam que não. Já se a inspeção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) trará resultados positivos para o Judiciário, 46,5% não acreditam nessa possibilidade.
  • Mansão. No interior da mansão derrubada pela Gerência Regional de Patrimônio da União (GRPU) na Curva da Baleia, em Jacaraípe, na Serra, por estar em terreno de marinha, havia material de campanha eleitoral do filho de um conselheiro do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TC-ES). O pai tentou comprar a casa, mas a Justiça não permitiu, pois servia de garantia pelas dívidas trabalhistas de seu antigo dono.

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