quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Vai colar? Cole bem!

Termina hoje a propaganda eleitoral gratuita na TV e pesquisas apontam que os eleitores não acompanham o que os candidatos apresentam na telinha. Se horário eleitoral é ineficiente, há instrumentos que podem ajudar eleitor a escolher seus candidatos e confeccionar suas colar para ajudar diante das urnas.

Este ano a disputa no Espírito Santo acontece entre 448 candidatos, sendo quatro para o governo, cinco para o Senado, 72 para a Câmara dos Deputados e 353 para a Assembleia Legislativa, conforme mostra o gráfico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O horário eleitoral não ajuda muito, já que os postulantes aos cargos proporcionais mal têm tempo de fazer um trocadilho infeliz com seu nome ou suas origens e aqueles mais sérios não conseguem expor suas propostas com profundidade. E a internet, que despontava como grande arma de informação nestas eleições, ainda não consegue abastecer os cidadãos eficientemente, já que os dados ficam dispersos ou se referem apenas a candidatos que já exerceram cargo público. O eleitor fica, muitas vezes, desorientado e, assim, desinteressado.

Para quem pretende se apropriar e fazer valer o voto nos parlamentares, há instrumentos que, se não são completos, podem ajudar a escolher antes de ir para a urna eletrônica. Alguns sites foram especialmente criados para isso. Outros servem a esse propósito indiretamente.

Questionários. Na primeira categoria, dois mecanismos de avaliação de afinidade com os candidatos estão disponíveis: o Extrato Parlamentar (www.extratoparlamentar.com.br) e o RePolítica (http://repolitica.com.br) . Ambos se propõem, a partir de questionários respondidos pelos internautas, a indicar os candidatos que mais têm a ver com o perfil do eleitor.

A diferença fundamental entre eles está nos critérios que definem essa afinidade. O RePolítica, criado por quatro jovens cariocas, faz oito perguntas sobre as posições do eleitor em questões amplas da política nacional. A indicação do candidato mais alinhado ao internauta se baseia em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da ONG Transparência Brasil, mas também em opiniões dos próprios usuários sobre os políticos.

Aliás, a ONG Transparência Brasil, em seu projeto Excelências (www.excelencias.org.br), é uma ótima fonte sobre a vida pública de quem quer nos representar. O site publica informações sobre 2.368 políticos - são todos os parlamentares em exercício no nível federal e estadual e ainda dos vereadores das capitais brasileiras.

Já o Extrato Parlamentar usa um modelo matemático construído por Rafael Lamardo, especialista em tecnologia da informação e professor de História da Ciência, e Andréa Freitas, pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), para tabular as respostas dos internautas a 12 perguntas.

O site nasceu dentro do Movimento Voto Aberto, para que, como o nome já diz, os votos dos parlamentares não sejam secretos. Lamardo e seus colaboradores trabalham agora para ampliar a avaliação às Assembleias Legislativas de cada Estado.

Para quem ainda tem dúvida também sobre o voto para senador, o endereço que pode ajudar é o do Questão Pública (www.questaopublica.org.br). O programa compara opiniões dos eleitores às dos candidatos ao Senado e também oferece um painel de afinidade. A comparação é feita a partir de um questionário de 35 perguntas, aplicado a candidatos e eleitores, sobre temas polêmicos que estão em debate na sociedade.

Novatos. A maioria dos sites tende a olhar "para trás" e oferecer uma avaliação do que os candidatos que já exerceram cargos parlamentares fizeram, pensaram e votaram. Os novatos acabam praticamente deixados de fora ou têm um perfil mais limitado. E a divulgação de suas posições fica por conta deles ou por conta dos partidos, que também não se esforçam tanto para dar informações completas ao eleitorado.

Critérios. Claro que todas essas pesquisas não entregam um resultado pronto de voto para o eleitor. São apenas sugestões, geradas a partir de métodos objetivos ou de deduções. No entanto, elas contribuem e muito para que o eleitor reflita sobre a importância de seu voto e defina quem quer que seja seu representante. (Com informações de Flávia Tavares - O Estado de S.Paulo)

Nota Verde

Para receber máquinas e tratores do governo do Estado, os 78 prefeitos terão que fazer um curso para que não utilize os equipamentos de forma errada e não prejudiquem o meio ambiente. Poderia ser os técnicos, mas só vale se for o próprio prefeito. Aqueles que não fizerem, não irão receber os equipamentos do governo do Estado. Os treinamentos serão por região. Nesta semana, alguns prefeitos estão reunidos em Santa Teresa para receberem as aulas.

Transparência na sala de aula

Alunos da 8ª série do ensino fundamental da escola municipal Padre Anchieta, em Vitória, criaram o projeto "Nós, cidadãos capixabas" que tratará de assuntos relacionados à política e às eleições. Os alunos foram orientados por professores na condução dos trabalhos que incluem a produção de vídeos, murais, leitura de textos sobre a participação dos jovens nas eleições, etc.

Para cumprir outra etapa do projeto, convidaram a ONG Transparência Capixaba Jovem para apresentar as ações voluntárias do grupo, bem como o projeto Ficha Limpa e a cartilha de orientação ao eleitor. O encontro dos alunos com jovens da ONG aconteceu ontem durante as aulas de português.

Política nas Redes Sociais

Alguns comentários de internautas no Twitter sobre o último debate entre os candidatos ao governo do Estado, realizado na noite de ontem pela TV Gazeta.




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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Vidigal faz campanha para a esposa no horário do expediente

No meio da tarde de ontem recebi uma ligação no celular. Alguém que eu não conhecia. “É o Fernando Mendes?”, disse um homem, meio exaltado. Após eu responder que sim, ele disparou: “Pelo amor de Deus, tem como mandar alguém aqui em José de Anchieta (Serra)? O prefeito está fazendo caminhada com a mulher dele no horário de trabalho. É brincadeira com o nosso dinheiro!”

O morador do bairro falava do prefeito da Serra e presidente do PDT, Sérgio Vidigal, que tenta reeleger sua esposa, a deputada federal Sueli Vidigal (PDT). Naquele momento, era impossível que eu me deslocasse até aquele bairro, pois fica bem distante da empresa em que trabalho e também porque eu estava no meu horário de expediente.

Não pensei duas vezes e perguntei se tinha como ele fazer algumas fotos do que estava acontecendo, para garantir um flagrante. “Foto? Você tem que vir aqui ver. Está todo mundo na rua com o prefeito e com a Sueli”, dizia ele. Expliquei novamente que era impossível e reiterei que queria uma foto do que estava acontecendo.

Após desligar o telefone, veio uma dúvida: como aquele senhor tinha o número do meu celular. Fiquei meio pensativo, mas logo retomei a consciência de que nunca neguei meu número a quem pedisse, nos mais diversos eventos de política que já cobri, principalmente durante os quatro anos que acompanhei os trabalhos da Assembleia Legislativa.

Afinal, um jornalista sem fonte é quase a mesma coisa que um candidato sem votos. Deixei o assunto de lado e voltei a trabalhar. No início da noite, o telefone toca novamente. “Fernando? Consegui! Consegui! Mas posso mandar por e-mail, porque não tem como eu ir até você”, dizia ele, em tom de comemoração.

Passei o endereço e lá estava vários cliques de um morador indignado. Para quem não se lembra, Vidigal iria tirar licença do cargo para fazer campanha para sua esposa. No entanto, após a deflagração da Operação Moeda de Troca, da Polícia Federal, que investiga, dentre outras coisas, possíveis fraudes em licitações de sua gestão, ele desistiu.

O e-mail trazia 12 fotos (o mesmo número do PDT), a última, por sinal, tem um conteúdo que talvez motive atitude daquele morador: a falta de infraestrutura em parte do bairro. Mais uma vez as suspeita de uso da máquina pública na eleição da deputada ronda a família Vidigal.

Nota Verde

O Instituto Terra participa do montante de R$ 2,5 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para reflorestamento de 155 hectares na Bacia do Rio Doce.

Atualmente o instituto é parceiro da Prefeitura de Colatina na preservação da região da Bacia do Rio Doce com 230 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Aldo Prudêncio quer deixar a cadeia

O empresário Aldo Prudêncio, acusado pela Polícia Federal de ser um dos chefes do esquema que teria desviado mais de R$ 28 milhões dos cofres públicos por meio de fraudes em licitações, conforme revelado na Operação Moeda de Troca, quer deixar a cadeia.

O presidente da OAB-ES, Homero Mafra, que o defende, já entrou com o habeas corpus no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES). Ele será julgado pela Primeira Câmara Criminal e a relatora é a desembargadora Catharina Maria Novaes Barcellos.

Naufrágio

O ex-presidente do TJ-ES e desembargador aposentado Frederico Guilherme Pimentel, preso durante a Operação Naufrágio, da Polícia Federal, terá seus recursos contra o processo administrativo que responde junto ao órgão julgados nesta quinta-feira.

A sessão ordinária terá início as 14 horas e o recurso é contra o Tribunal Pleno. O relator dos embargos de declaração é o desembargador Fábio Clem de Oliveira.

Procuradoria já entrou com 58 ações

A Procuradoria Regional Eleitoral no Espírito Santo (PRE-ES) protocolou no (TRE/ES) até a última sexta-feira, 58 representações relativas a propaganda eleitoral irregular. A pena para os candidatos que cometem esse tipo de infração é o pagamento de multa, que varia de R$ 2 mil a R$ 8 mil, valor a ser definido pela Justiça.

Além das 58 representações por propaganda irregular, a Procuradoria Regional Eleitoral também ajuizou seis representações por propaganda antecipada, cuja pena é o pagamento de multa no valor de R$ 5 mil a R$ 25 mil, e uma por conduta vedada a agente público em período eleitoral, cuja pena é a cassação do registro ou diploma. Há ainda várias outras denúncias em investigação, inclusive relativas a abuso de poder político e econômico e a compra de votos. A PR-ES também impugnou 17 candidaturas, 16 delas com base na Lei da Ficha Limpa.

Veja aqui a lista dos denunciados e os motivos

Política nas Redes Sociais

Da deputada estadual Aparecida Denadai (PDT), que será investigada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) sob suspeita de ser beneficiada pelo desvio de dinheiro público por meio de fraudes em licitações de prefeituras, conforme revelou a Operação Moeda de Troca.

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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Guardando as moedas no cofrinho

Entramos hoje na última semana de campanha antes das eleições. Em meio a carreatas e corpo a corpo, um dos assuntos que mais têm sido comentados é a Operação Moeda de Troca, da Polícia Federal, que atingiu, entre outros, o município de Serra, que é o segundo maior colégio eleitoral do Espírito Santo.

Nos bastidores, a informação é que nem tudo será divulgado antes do pleito. Há novos alvos que serão atingidos somente após sair o resultado das eleições. Até o momento, os principais alvos das investigações têm sido os membros do PDT, partido que tem Vidigal como presidente no Estado.

O prefeito de Santa Leopoldina, Ronaldo Prudêncio (PDT), foi afastado pela Justiça e a deputada estadual Aparecida Denadai (PDT) será investigada por ser uma das possíveis beneficiadas pelos esquemas de fraudes em licitações públicas de algumas prefeituras do Espírito Santo.

Neste final de semana, mais gravações de conversas de supostos integrantes do esquema foram divulgadas. Nelas, Aparecida aparece conversando com o irmão do prefeito de Santa Leopoldina, o empresário Aldo Prudêncio, que está preso.

Segundo informações de bastidores, conversas mais graves, envolvendo desvios de verbas públicas, ainda serão divulgadas, expondo novos personagens, dentre eles, outro integrante do PDT, que tenta a reeleição.

No entanto, nada será revelado antes das eleições, pois o objetivo é evitar a posse do novo alvo, caso ele seja eleito. Isso porque, segundo alguns advogados, impedir a diplomação de um político eleito é mais fácil do que tirá-lo da disputa. Tudo isso levando em conta os tramites dos processos na Justiça Eleitoral. Por enquanto só nos resta esperar pelas cenas dos próximos capítulos, pois neste momento, algumas moedas estão guardadas no cofrinho do Ministério Público, Polícia Federal e da Justiça.

Nota Verde

Nos próximos três anos, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) vai trabalhar em conjunto com diversos atores para promover mudanças em nossos padrões de produção e consumo. Os atuais padrões logo não serão compatíveis com os limites físicos do planeta e o Brasil precisa estar preparado. Para isso, pretende-se mexer até nas prateleiras dos supermercados.

Um conjunto de ações articuladas que prometem uma revolução nas relações de consumo no Brasil já está em consulta pública no site do MMA e fica lá até o dia 11 de novembro de 2010.

Nota de repúdio da Transparência Capixaba

A Transparência Capixaba foi surpreendida na última quinta-feira com a circulação de um convite divulgado pela Prefeitura Municipal da Serra, onde o prefeito Sérgio Vidigal (PDT) convidava as pessoas para participarem de um suposto "Movimento Ética e Transparência na Política" que seria realizado pela ONG na sede da prefeitura.

A Transparência Capixaba nega que esteja participando desse evento e, ainda mais, que seja sua convocadora. A ONG, além de suas atividades autônomas no processo eleitoral, participa de outras iniciativas, nenhuma das quais mencionada no convite da Prefeitura da Serra. “Repudiamos veementemente, portanto, o uso de nosso nome e não excluímos a tomada das devidas medidas legais”, diz a nota divulgada pela instituição.

Cenas da campanha

O governador Paulo Hartung (PMDB) começou a pedir votos oficialmente para o senador e candidato ao governo do Estado Renato Casagrande (PSB) neste final de semana. O registro é do fotógrafo Marcelo Andrade.


Errei

Diferente do que foi publicado na coluna “Empresários presos pela Polícia Federal tinham contratos com 22 prefeituras e com o governo o Estado”, a atual gestão da Prefeitura de Vila Velha não possui contrato com a empresa Impacto Máquinas, do empresário Aldo Prudêncio, preso na Operação Moeda de Troca.

Ocorre que, durante a pesquisa que fiz, percebi que o município havia assinado um contrato com a empresa e feito dois aditivos no ano de 2008. Ou seja, quem contratou a Impacto Máquinas foi o ex-prefeito e candidato a deputado federal Max Filho (PTB) e não o prefeito Neucimar Fraga.

Política nas Redes Sociais

Do humorista Fábio Flores, sobre os telefonemas que os eleitores do Espírito Santo tem recebido do governador Paulo Hartung (PMDB), pedindo votos para o candidato ao Senado Ricardo Ferraço (PMDB).

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