quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Agito no ninho tucano

O post anterior aqui no blog deu o que falar ontem, dando uma sacudida no  ninho tucano, após a divulgação das fotos do deputado federal e pré-candidato tucanos_brigaao governo, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), com o prefeito de Vitória, João Coser (PT).

A tarde foi agitada. Eram e-mails que pipocavam para todos os lados, assim como torpedos e ligações. Muitos tucanos ficaram indignados com a cena. Alguns até mais exaltados. Era como se um grande jogador deixasse seu time.

“Por mim, ele pode abraçar, beijar, alisar, apalpar e coçar quem quiser. Mas, antes, como manda a ética, entregue todos os cargos que o partido lhe deu”, escreveu um tucano, que se identificou como Afrânio.

Luiz Paulo_53Luiz Paulo rapidamente foi para seu Blog dar satisfações. E  publicou um post, com o título “Não confundam alhos com bugalhos”. “O fato de eu e João Coser sermos adversários políticos não implica em atitude de hostilidade ou perda do padrão de cordialidade nas relações pessoais”, diz uma parte do texto.

E prossegue: “Não conseguir diferenciar disputa política e relações interpessoais, no mínimo educadas, é querer apostar que eu lance mão do ‘quanto pior melho’, estilo de oposição, aliás, que marcou o PT durante muitos anos.”

Mesmo assim, no início da noite era possível ler torpedos de tucanos dizendo que Paulo Ruy Carnelli (PPS), diretor-presidente da Cesan, teria perdido o posto de laranja da tradicional coligação PSDB-DEM-PPS. Mesmo que um abraço seja cordial e simples, deixou alguns tucanos tristes e inflamados. A foto também está estampada na capa do site de Luiz Paulo, o que motivou mais reclamações.

A matéria da página do tucano diz o seguinte: “Na ocasião, Luiz Paulo confraternizou-se com o prefeito de Vitória, João Coser, e os dois ajudaram o presidente da (Escola de Samba) Barreiros, Jadilson, a apagar o bolo de aniversário da Escola.”

O PSDB já perdeu alguns filiados importantes e espaço no governo. Não pode desidratar mais. É preciso valorizar os quadros que ganhou, como a deputada Rita Camata, e seguir em frente em busca das tão difíceis alianças que precisa fechar pela frente.

  • Ação. O Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) entrou ontem com uma ação coletiva de consumo contra a Cesan. O órgão quer que a tarifa de esgoto cobrada dos contribuintes que não são beneficiados pelo serviço seja suspensa e os valores já pagos devolvidos em dobro.
  • Decisão. Em agosto do ano passado, a Justiça determinou que a empresa cumprisse esses dois pleitos no que diz respeito aos moradores de Vitória.
  • Atraso. Nada ainda foi cumprido porque o excesso de processos parados na Justiça impede que a Cesan seja notificada. Mas ela ainda pode recorrer, o que fará com certeza.

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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tucanos à deriva

COSER e LP ALTAOs tucanos capixabas parecem mesmo que estão sem rumo, à deriva, e meio perdidos no que diz respeito à sucessão estadual. Enquando o deputado estadual César Colnago (PSDB), representa contra o prefeito João Coser (PT) no Ministério Público, por causa de algumas trapalhadas em sua administração, o deputado federal e pré-candidato ao governo, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) faz pose para foto ao lado do petista.

 COSER E LP ALTA III LP e Coser Alta

Ao mesmo tempo, o partido utiliza seus vereadores na Câmara de Vitória para fazer pedidos de informação e tentar fazer oposição contra o petista, uma vez que se veem impedidos de criticar seu principal adversário, o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), o qual Coser se esforça para eleger. Acreditam que atingindo um, enfraquecem o outro automaticamente.

No entanto, a vereadora Neuzinha de Oliveira (PSDB), por exemplo, paraceia estar em casa na semana passada, enquanto aguardava uma audiência com um grupo de empresários no gabinete de Coser. Inclusive falava em alto e bom som sobre os “favores” que a prefeitura vem lhe fazendo.

Na procura por uma estratégia mais efetiva, os tucanos ainda são obrigados a conviverem com as declarações de Coser: “O que Luiz Paulo (ex-prefeito de Vitória) fez em oito anos, eu fiz mais em cinco. Hoje nossos cinco anos são comparáveis em qualquer área. O PSDB está muito perdido. Não sabe o que fazer. Não pode criticar e fará uma oposição miúda.”

De qualquer forma, os tucanos foram os responsáveis por grande parte do sucesso da atual gestão estadual com secretarias importantes, como a Fazenda, Agricultura e Desenvolvimento.

Uma das grandes apostas do PSDB para trazer votos em 2010 é o carisma e simpatia da deputada federal Rita Camata, recém-filiada à sigla. O projeto do partido é fazê-la senadora, mas, para isso, precisam se movimentar mais, pois os demais candidatos são fortes, pois trata-se do governador Paulo Hartung (PMDB) e do senador Magno Malta (PR).

  • Usando a máquina I. Uma colega jornalista de Colatina, de férias em Marataízes, manda e-mail reclamando que viu um ex-prefeito da cidade e pré-candidato ao Senado circulando pelo balneário em um carro com placa branca (da prefeitura). “Fazendo campanha com o carro da prefeitura da minha calorenta cidade, você acredita?”, indignou-se.
  • Usando a máquina II. No momento em que viu, ligou para um amigo, na “calorenta cidade”, que logo explicou que o carro é da empresa pública de água e que o Executivo não permitiu a identificação, com brasão, nas portas. Ainda bem que há a placa branca.
  • Atendo. E o Ministério Público deveria ficar atendo com esta prática, pois há vários órgãos públicos que alugam suas frotas e nem mesmo placas brancas colocam. Com isso, os servidores utilizam os veículos como se fossem seus. Há até briga por melhores modelos em algumas repartições.

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Os cabos eleitorais de Dilma no ES

Depois de ser reeleito nas eleições de 2008 e de assumir a presidência da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), o prefeito de Vitória, João Coser (PT), começa 2010 com o desafio de agrupar os melhores cabos eleitorais para a campanha à Presidência da República da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).

Nessa segunda parte da entrevista com o petista, ele conta que o vai fazer todo o esforço possível para fortalecer o nome da menina dos olhos do presidente Lula (PT), que nunca disputou uma eleição e ainda carrega o rótulo de durona.

“Meu trabalho principal vai ser no Estado, atraindo partidos, prefeitos, deputados e muita força dos movimentos sociais, com sindicatos, igrejas, associações e também encontros empresariais”, destaca o prefeito.

Seu objetivo, assim como o dos outros14 prefeitos de capitais e metrópoles que integram o mesmo grupo de trabalho nacional do partido, é emplacar o nome de Dilma e rodar com ela pelo País, movimento que deve prosseguir nos meses de abril, maio e junho. A ministra também passará pelo Espírito Santo, mais ainda não há uma data fechada.

Sobre o racha no PMDB nacional, que se divide entre uma candidatura própria, apoio ao governador José Serra (PSDB) e a indicação do vice de Dilma, Coser acredita que ele vai terminar com a consolidação da coligação PT-PMDB encabeçando a chapa majoritária na disputa nacional.

“O Lula e o PT estão muito empenhados e o PMDB sempre será dividido. Há lideranças com relações conosco piores que o DEM e PSDB, mas acho que a aliança vai se consolidar”, avalia Coser.

E prossegue: “Não é coligação que garante uma eleição. (O PMDB) será mais importante para governar do que para o pleito. (Se não vingar) alternativas têm demais, com partidos importantes. O PT não tem problema com tempo de TV e com composição.”

E o petista apostará nos prefeitos como principais cabos eleitorais, pois acabaram de sair de uma eleição e é o agente que têm um dos contatos mais próximos da população, em seu dia a dia. E o PT, com importantes colégios eleitorais em suas mãos, como Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim e Vitória, pode tirar bons resultados nas urnas. O que demanda mais empenho dos tucanos, principalmente.

  • Cinema I. Sobre o filme sobre a vida do presidente, “Lula, o filho do Brasil”, o prefeito João Coser avalia que só ajudará nas eleições na medida em que as pessoas se identificarem com a história e se verem na telona.
  • Cinema II. Coser diz que as pessoas poderão ver o sofrimento do presidente e pensar nos programas sociais que o governo dispõe atualmente para minimizá-los.
  • Socialistas. A respeito da candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB) à Presidência, Coser disse o seguinte: “Esperamos muito a presença do PSB na candidatura de Dilma. Torço para ele vir candidato em São Paulo (ao governo) e que os socialistas venham para o projeto de Dilma. O que ajudaria também no Estado.”
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Os desafios de Ferraço na visão de Coser

Depois de algumas semanas de recesso, o Blog Política e Poder está de volta. E para a temporada de 2010, começo falando do principal personagem da sucessão estadual nas eleições deste ano, o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB). Para isso, estive na última sexta-feira no gabinete do prefeito de Vitória e coordenador da pré-campanha do peemedebista, o petista João Coser, para entrevistá-lo sobre o assunto.

Na visão de Coser, entre os grandes desafios que Ferraço terá pela frente estão: o fato de ter que assumir o governo em abril; se consolidar como liderança na Grande Vitória; e se aproximar dos movimentos sociais.

"O grande desafio será a composição da equipe de governo. Devem sair (para disputar a eleição) oito secretários que serão candidatos. É um governo muito político. Quase todos estão se fortalecendo para serem candidatos. Não são tão técnicos. Acredito que Ferraço dê a volta por cima e já esteja consolidado como governador em maio", avaliou o prefeito de Vitória.

Para o prefeito, no momento em que o governador Paulo Hartung (PMDB) passar a faixa para Ferraço, ele também deverá declarar apoio pela primeira vez explicitamente ao seu vice. "Acredito que vai ser no dia de sua desincompatibilização. Já dirá que confia nele (Ferraço). Vai se empenhar publicamente. Fará no último momento", diz o petista.

Outro desafio listado pelo prefeito é o fortalecimento do nome do vice-governador na Grande Vitória. "Também é um grande desafio se consolidar como uma liderança na Região Metropolitana. Substituir uma liderança como Paulo Hartung é sempre um desafio. É o mesmo que acontece com a ministra Dilma Rousseff (pré-candidata do PT à Presidência da República). É fácil quando se substitui um fraco. Ao mesmo tempo terá muita gente para colaborar com isso", diz ele.

Oriundo de uma origem diferente do PT, os que trabalham pela eleição de Ferraço também têm que diminuir sua distância dos movimentos sociais. "Temos que atrair a base social, pois ele não é de uma origem como a nossa, mas está presente nos encontros das centrais sindicais, do movimento popular e das igrejas. É um esforço para superar essa distância. Tem que representar a maioria", argumentou o petista.

Bom, esses foram os três grandes desafios listados pelo prefeito. Já na minha opinião, o grande desafio de Ferraço é a possível candidatura do senador Renato Casagrande (PSB). Coser trabalha para trazer os socialistas para a base, mas não abre mão do PT na chapa majoritária com Ferraço.

"Torcemos para a vinda do PSB. Já contribuímos com o Renato Casagrande e esse momento é do PT. Temos espaço para todo mundo, seja na Câmara dos Deputados, na Assembleia ou no próprio governo. O PSB tem que apresentar quadros. Mas também respeitamos o direito do PSB (de ter candidato). Não tem veto e nem crítica, mas tenho me esforçado para que o Renato se junte a nós no primeiro turno", declarou Coser.

E prosseguiu: "Tenho gratidão, carinho e um profundo respeito pelo PSB, mas não me faz abrir mão de minhas convicções." Enfim, 2010 já começou quente nos bastidores da política. As conversas e as movimentações não páram e as coisas só tendem a esquentar. Amanhã vocês conferem aqui, a segunda parte da entrevista com João Coser, na qual também falamos dos reflexos da sucessão nacional aqui no Estado.

  • O bem e o mal. Para Coser a responsabilidade de Ferraço vai aumentar muito a partir de abril. "Ele vira governador e terá mais visibilidade. Para o bem ou para o mal. Será responsável por tudo, porque não terá vice", explicou.
  • Depois da festa. Assim que passar o Carnaval, Coser vai voltar a organizar os encontros de apoio a Ferraço com a sociedade civil organizada. Tanto com as classes sociais, quanto com as empresariais.
  • Os planos. Também será em fevereiro e março que se intensificará os movimentos dos partidos na construção do plano de governo de Ferraço para o pós-Hartung. O foco estará nas políticas sociais, ambientais e no homem do campo.
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