Perguntar não ofende

O senador Magno Malta (PR) me bloqueou em seu Twitter. O motivo? Eu tinha uma dúvida. Quem financia as caravanas de shows nacionais contra a Pedofilia? Já enviei e-mail para ele, mas não foi respondido. Mandei mensagem pelo microblog e fui bloqueado. Mas que mal há em responder isso?

Da primeira vez que tentei entender como esses eventos eram financiados, houve uma grande confusão, mas nada foi esclarecido. O e-mail que mandei para o senador jamais foi respondido. O que será de tão sigiloso por trás dessas caravanas nacionais do “Todos contra a Pedofilia”? Por que não se pode responder quem paga as viagens, hospedagens, alimentação, segurança, estrutura de palco e publicidade dessa campanha?

Hoje lancei a pergunta no Twitter e vi que não sou o único que tem essa dúvida. Em poucos minutos já tinha bastante usuários replicando o questionamento pela internet. É importante lembrar que Malta foi eleito pelos capixabas e é um homem público, que é remunerado com dinheiro público e por isso deve satisfação a seus eleitores, ainda mais em ano que vai tentar a reeleição.

Só para lembrar, se reeleito, Malta ficará mais oito anos no Senado. Ao bloquear alguém em seu microblog (acredito que não fui o primeiro) o parlamentar mostra que não está disposto a ser questionado ou a prestar contas de suas atividades. Como então um eleitor pode confiar sua representação a um político assim?

Quem sabe até o final do dia alguém entre em contato dizendo que foi um mal entendido, problema da assessoria ou algo do tipo. Só espero que tenham uma resposta sobre o financiamento dos grandes shows que são promovidos pelo senador.

É muito importante esclarecer certos pontos para que o eleitor não confunda ações privadas com as oficiais promovidas pela CPI da Pedofilia, da qual Malta faz parte no Senado. Comissão que já gerou polêmica para o senador, que chegou a ser acusado de usar o dinheiro da CPI para viajar para Dubai no ano passado.

No mercado político, não há dúvidas de que a reeleição de Malta está mais que ligada aos eventos com diversos shows que promove no combate à pedofilia. Há quem diga que são praticamente showmícios.

Já que não tem como sabermos o quanto é gasto com esses shows e nem mesmo com as caravanas contra a pedofilia, trago para vocês os custos do senador nos três primeiros meses deste ano com verbas indenizatórias do Senado. Isso fora o salário, passagens aéreas e outros benefícios. Sem falar nos gastos da CPI, que são pagos separadamente.

Em janeiro o Senado estava em recesso e Malta gastou R$ 8.855,31. Em fevereiro, mês de pouco trabalho em Brasília, o senador gastou R$ 10.092,90. No último mês, os gastos do republicano chegaram a R$ 9.434,63. Bom, esses foram alguns que consegui rastrear na internet. Agora vamos torcer para que Malta seja um pouco mais transparente e divulgue os dados.

• Resort. Um grupo de prefeitos e secretários municipais capixabas continuam até amanhã no resort Costão do Santinho, em Florianópolis, em reunião da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP).
• TwicontroES I. A segunda edição do TwicontroES foi marcada por um imprevisto e acabou acontecendo na Kaffa Cafeteria, em frente a Ufes, no último sábado.
• TwicontroES II. Os coordenadores falaram para o público em geral e não foi possível aprofundar mais os debates. No entanto, o público mostrou-se bem interessado no uso político do Twitter. Amanhã vocês conferem aqui um especial sobre o assunto, com dicas e sugestões.

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