segunda-feira, 19 de julho de 2010

Quem se mistura com porcos, farelo come

O velho ditado sempre nos alertou e em época de campanha eleitoral a história sempre se repete. Antigos adversários viram amigos e em busca de votos, candidatos aceitam todo o tipo de apoio. O problema é que alguns deles podem custar caro lá na frente, principalmente para o povo, que é sempre quem paga a conta.

Infelizmente essa é uma prática que está presente em quase todas as chapas, sejam elas majoritárias ou proporcionais, principalmente nas que aparecem liderando as pesquisas, as maiores.

Antigos aliados do ex-presidente da Assembleia Legislativa José Carlos Gratz (PSL), acusado de desviar rios de dinheiro dos cofres públicos e lembrado como um dos maiores fichas-sujas do Espírito Santo, por exemplo, hoje dividem palanques e coligações dos com os dois principais candidatos ao governo do Estado, senador Renato Casagrande (PMDB) e deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB).

Para citar dois exemplos, podemos recorrer aos réus em processos conjuntos com Gratz, entre eles, o presidente da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) e prefeito de Santa Teresa, Gilson Amaro (PMDB), e o prefeito de Iúna, José Ramos (DEM). Alguns também fazem parte do atual governo.

De nada adianta fazer um discurso bonito em prol do projeto Ficha Limpa ou da ética, se na prática isso não ocorrer. Na Grande Vitória, caminhadas e eventos ao lado dessas figuras são mais restritos, pois sempre há a cobertura da grande imprensa, mas no interior, onde eles ainda possuem grande liderança e poder, o que fala mais alto é o voto.

Sempre que possível, o eleitor deve ficar atento a essas alianças e parcerias, pois caso o candidato seja eleito, aquele que o apoiou irá cobrar um retorno, seja por meio de espaço em sua administração ou de outras formas mais obscuras. A prática funciona de forma semelhante ao processo de doações para campanhas, feitas por grandes empresas.

Nota Verde

As primeiras garrafas ecológicas produzidas no Brasil chegam às gôndolas esta semana. Lançadas pela Verallia, elas têm um peso menor do que as embalagens comuns, utilizando 15% menos matéria-prima (vidro). Também colaboram com a redução de 15% na emissão de CO2 e de 4% no gasto de energia durante o processo produtivo.

O primeiro lote da inovação sustentável é composto por 12 garrafas para vinho, nos formatos Bordeaux e Borgonha. A expectativa da companhia é de que as “ecogarrafas” representem 10% de participação nas vendas realizadas até o final de 2010 e, a médio prazo (2012 ou 2013), espera-se atingir o mínimo de 30%.

Os primeiros clientes a utilizar são Salton, Miolo, Galiotto, Cordelier, Perini e Campo Largo. Várias outras vinícolas já estão finalizando os testes para se adaptar à mudança.

Mordida

A meta do senador Magno Malta (PR), ao que parece, é mesmo chegar ao Palácio Anchieta. Esse ano ele chegou a dizer que poderia ser candidato ao governo e chegou até a figurar em pesquisas eleitorais publicadas pela imprensa.

No último sábado, ao discursar em Anchieta, no Sul do Estado, o republicano trocou as bolas ao falar da candidatura de Casagrande e, na hora de consertar, disse que o socialista poderia voltar a ser candidato ao Senado em 2014 e que ele poderia ser candidato ao governo.

Como mostra essa foto, enviada por um conterrâneo de Guaçuí, caso Casagrande seja eleito este ano, Malta já estaria querendo dar uma mordida em sua possível reeleição? Ou só lhe interessa mesmo o pastel do senador?

Em forma

Em meio ao alvoroço que a visita do presidente Lula causou no aeroporto de Vitória na última quinta-feira, quem apareceu por lá também foi o ex-presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES) Frederico Guilherme Pimentel, preso na Operação Naufrágio.

Em um clique do repórter fotográfico Marcelo Andrade, podemos ver que o desembargador aposentado perdeu alguns quilos e está mais em forma. Ao ser abordado pela imprensa, Pimentel disse que não era ele e que estava sendo confundido. Alguém aí sabe então quem é esse?

Política nas Redes Sociais

Toda elaborada a partir das redes sociais, a Cartilha de Orientação ao Eleitor da Transparência Capixaba Jovem está sendo montada com o material enviado por internautas que desejam promover eleições mais limpas e um voto consciente. Já é possível acessar algumas dicas no blog da instituição. Contribua você também!

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2 comentários:

  1. Parabéns Mendes. Esse jogo sujo de alianças está de vaca desconhecer bezerro. A coisa se dá no plano das candidaturas através das coligações e dos apoios formais e informais a candidatos através de contratos pra serviços de cabos eleitorais nos municípios. Uma vergonha!

    Sobre o Pimentel, que conheço de velhos carnavais, o tamanho da imagem prejudica a identificação do meliante. Se possível poderia amplia-la? Mas, com certeza o envelope nas mãos do sósia (?) pertence a ele.

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  2. Excelente lembrança em seu post e vale ressaltar Nando que os "porcos" se unem e os "farelos" sobram para nós. Em busca do voto, os candidatos, em sua maioria, prefem ignorar o perfil do aliado político, pois o interesse é o que este pode adicionar em votos: a contabilidade eleitoral entra como fator decisivo nesta busca por adesões e o eleitor ignora, em grande parte, os efeitos danosos destas alianças no futuro!

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