sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O segundo ato

Arquivo. Esse será o destino final da denúncia contra o deputado estadual Robson Vaillant (DEM) na Corregedoria Geral da Assembleia Legislativa. Depois do caso do deputado Freitas (PSB), que também foi arquivado, este será o segundo ato no picadeiro do circo que se tornou aquela Casa.

O democrata, que é carioca, é acusado pelo Ministério Público de empregar parentes que moram no Rio de Janeiro, a empregada doméstica e funcionários da Igreja Universal (da qual era pastor) em seu gabinete. Ele nega tudo, lógico.

Mas como nada vai para frente naquela Corregedoria, a começar pela falta de conhecimento dos corregedores a respeito do regimento interno da Casa e do Código de Ética, o caso de Vaillant, que também é corregedor, não será diferente. E os argumentos já estão prontos.

Um deles será que todas as supostas irregularidades foram cometidas no mandato passado. Argumento já conhecido, pois foi o mesmo utilizado para não investigarem o deputado Luiz Carlos Moreira (PMDB) nesta legislatura. No final de 2006, o peemedebista chegou a ser cassado pela Justiça, devido ao seu envolvimento com os escândalos da Era Gratz. Mas nem isso foi suficiente.

Ao falar de seu processo, Vaillant ainda ironiza, brinca com a situação e não parece nem um pouco preocupado. Mas ele não tem motivos mesmo. Tudo está sendo arquitetado nos bastidores e o assunto não deverá tirar o sono de ninguém daquela Casa.

Semelhante ao caso do Freitas, Vaillant foi orientado por seu colega de partido, o presidente da Assembleia, Elcio Alvares (DEM), a solicitar a investigação contra si. O ex-pastor ainda faz revelações: "Ninguém será encontrado para depor."

As avaliações feitas pelos demais parlamentares em plenário é que o caso só servirá para desgastar ainda mais a imagem de todos num período em que a maioria luta para conseguir a reeleição. Mas quem decide pagar esse preço são os próprios deputados, que se omitem e dão lugar ao corporativismo da base governista, pois todos são aliados e ninguém pode ir contra ninguém.

  • Constrangimento. Na inauguração das novas instalações da empresa Tegma, na tarde de ontem, o deputado estadual Hércules Silveira (PMDB) ficou um pouco constrangido. E com razão.
  • Esqueceu. Em seu discurso, o presidente do Conselho Administrativo do Grupo Coimex, Otacílio Coser, cumprimentou a deputada Luzia Toledo (PMDB), mas nem por nada lembrou o nome de Hércules. Daí saiu-se com essa: "Quero cumprimentar também os demais deputados." Eram os únicos no evento.
  • Chuva. E o temporal que atinge o Estado desde a noite de terça-feira não dá trégua. O governador Paulo Hartung (PMDB) iria para o Norte hoje, mas cancelou suas agendas devido às condições climáticas.

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8 comentários:

  1. Pois é Fernando,

    Ainda hoje um colega me questionava por que as reformas estruturais não vão adiante em nosso país (inclua-se nosso estado).

    O povo é apático e os políticos debochados... Acho que esta última é resultado da primeira.

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  2. Fernando,

    Como assim 2º caso e o episódio do Deputado Doutor Wolmar? Para quem acompanha a Assembléia sabe que desde que foi pego pela PF o deputado passou a ser visto constantemente cercando o ex-líder do governo Elcio Alvares, afinal era alí que residia o poder emanado por PH I.

    Agora quanto ao comentário irônico do caro colega da Transparência Capixaba Jovem, fico com a pulga na orelha querendo saber se esse núcleo JOVEM faz parte da mesma ONG que constantemente abona as atitudes questionáveis do gov e de seus aliados... É aquele negócio né? 'faça o que eu digo, mas não faça o que faço'

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  3. transparência jovem??? só faltava essa...não bastasse membros da velha transparência (adevogados)apoiando a candidatura de Homero Máfia na OAB, daqui a pouco vai aparecer transparência mulher,transparência GLS,transparência negra, transparência indigena, tranparência terceira idade...
    faz-me rir qua qua qua quaaaa

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  4. Caro Mendes: como leitor assíduo de sua coluna e sabedor que você como jornalista de credibilidade todos os dias têm acesso aos escalões diversos do Poder, nos esclarecesse porque o governador Paulo Hartung tem errado tanto no jeito de fazer política. O que está acontecendo com o mestre dos mestres?

    Mantem o Rodiney no Governo;

    Tenta comprar um coronel oferecendo um carquinho comissionado sem consultar o beneficiário, na tentativa de esvaziar a crise na PM;

    Leva uma pernada do Lula no caso pré sal e convoca nossa pífia bancada federal para contra-atacar no Congresso;

    Tenta dinamitar o senador Casagrande - o político capixaba de maior expressão nacional no momento - em favor de um pulha que ocupa a vice-governadoria;

    Pega o cartão vermelho das mãos do Suplici e expulsa os tucanos do seu governo, a mando do pulha do vice-governador;

    Esnoba o Serra que, no momento, é o candidato mais competitivo para presidente;

    Coloca o DEM, a mando do pulha do vice e do crápula do Élcio Alvares, na cozinha de seu gabinete nomeando o tal Pimentel na Casa Civil;

    Só falta agora renunciar ao mandato, mas acho que nem precisa pois a Era Hartung parece ter acabado e quem está mandando mesmo é o pulha do vice, aliás, o responsável junto com o pai pelo retorno do grampeador geral Rodney.

    Aí tem! Teria o governador sido grampeado pelo Rodiney a mando dos Ferraço??? Afinal o cara grampeou a Rede Gazeta inteira.

    Será que esse boato tem algum fundo de verdade, Fernando?

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  5. Olá Fernando, li na Gazeta artigo do vice-governador Ricardo Ferraço, quando ele diz que o presidente Lula fez muita coisa por ES.

    Só que leio hoje no mesmo jornal que o governador Paulo Hartung tá fulo da vida com o Lula porque passou o ES pra tras no dinheiro do petroleo do sal ou o sal do petroleo (até hoje nao entendi bem como eles vão transformar sal em gasolina e diesel).

    Quem tem razão nessa historia toda?

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  6. Olá Joana,
    Primeiro, gostaria de lhe esclarecer que ninguém irá transformar sal em petróleo ou diesel. Pré-sal é a denominação das reservas petrolíferas encontradas abaixo de uma profunda camada de sal no subsolo marítimo.
    Já sobre a divergência de opinião entre Ricardo Ferraço e Paulo Hartung, é isso mesmo. Só que cada um está falando de um ângulo diferente. O vice-governador precisa estar alinhado com Lula para as eleições de 2010. Já o governador está lutando contra a queda de arrecadação da receita, que pode atingir seu governo, caso tenha perdas na divisão dos lucros do pré-sal.
    Deu para entender?

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  7. A primeira parte sim. A outra não. A perda de dinheiro não prejudica nós capixabas porque o doutor Ricardo está do lado do Lula que quer tirar nosso dinheirinho?

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