quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Auxiliar de serviços parlamentares

Se quiser tirar um deputado estadual capixaba do sério, basta dizer que a Assembleia Legislativa é subserviente ao governo do Estado. Mas a cada dia e a cada sessão aquela Casa se mostra mais como um órgão auxiliar, enquanto deveria ser um Poder independente.

Nos bastidores do plenário, muitos admitem que não há o que fazer, pois dependem eleitoralmente das ordens de serviços, emendas, inaugurações e todos os demais benefícios que um governo pode levar para as urnas. Confessam ainda que há uma pressão da Casa Civil na agilidade dos trabalhos.

Chega a ser engraçado. Os projetos do Executivo demoram meses para serem elaborados internamente. Mas quando chegam na Assembleia, são aprovados em três sessões. É lido na primeira, aprovada urgência na segunda e na terceira é coroado com unanimidade dos votos. Desse jeito, sem debates ou questionamentos na maioria das vezes.

Os projetos de autoria parlamentar, no entanto, se arrastam e encontram resistências no próprio plenário. Todo final de ano há um acordo para que cada parlamentar escolha suas propostas preferidas para que elas sejam aprovadas em bloco, mas não pode ser muitas.

Já os projetos do governo, até mesmo os polêmicos, passam numa boa, sem nenhum questionamento. Os parlamentares que querem fazer um debate ou solicitar alguma informação sofrem com olhares atravessados.

E no final deste ano, o presente de Natal dos auxiliares de serviços parlamentares não poderia ser diferente. A Casa entra em recesso na próxima terça-feira. Nesta segunda, chegaram 17 projetos de autoria do governador Paulo Hartung (PMDB).

E não são projetos simples. No apagar das luzes, eles dispõem sobre contratação de pessoal, plano de cargos e salários e criação de cargos efetivos e comissionados. Em seu Twitter, o deputado estadual Claudio Vereza (PT), um dos mais experientes da Casa, reclama: "Projeto sobre previdência estadual com necessidade de emendas, mas o governo se nega a negociar! E já chegaram seis novos projetos!" Poderia ser diferente? Poderia, mas não seria o Novo Espírito Santo.


  • Reunidos I. Os prefeitos petistas Helder Salomão (Cariacica), João Coser (Vitória), Carlos Casteglione (Cachoeiro de Itapemirim), Leonardo Deptulski (Colatina) e Eduardo Carneiro (Mantenópolis) se reuniram essa semana para debaterem assuntos em comum.
  • Reunidos II. Na pauta, o ano de crise que passou e os desafios das administrações para 2010. E lógico, as eleições do próximo ano e as estratégias do PT e de seus aliados.
  • Contas. E por falar em Coser, o prefeito da capital presta contas hoje, a partir das 17 horas, na Câmara de Vereadores de Vitória.

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Um comentário:

  1. Ei amigo; venho aqui todos os dias, viu?!
    Outra coisa, não há dúvidas de que a Assembléia é um órgão auxiliar sim. Quem ali tem opinião? Qual dos deputados andam com suas próprias pernas? Infelizmente, a Assembléia e também outros órgãos do Estado estão sim "no colo" do governador.

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