domingo, 6 de setembro de 2009

Lula e Hartung

Não sei porque, mas acordei neste domingo de tempo esplendoroso, sol brilhante e um calor suportável, pensando nas semelhanças do cenário eleitoral no Espírito Santo e no Brasil. Vamos começar pensando de cima para baixo, sobre o presidente Lula (PT) e o governador Paulo Hartung (PMDB).

Os dois esbanjam popularidade e têm a maioria dos partidos em suas bases. Ambos também têm nas mãos os Legislativos. Nem preciso falar do presidente do Senado, José Sarney, e dos 29 dos 30 deputados estaduais. E além de tudo, querem fazer seus sucessores.

Hartung disse que iria preparar o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), dando lugar de destaque para ele em seu segundo mandato, quando ficou no comando das grandes obras do governo. Com Lula não foi diferente. a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT) foi exposta de forma descabida como a mãe do PAC.

O petista e o peemedebista também têm os mesmos problemas e um deles é o PSB. Com as candidaturas do deputado federal Ciro Gomes à presidência da República e do senador Renato Casagrande (foto) ao governo do Estado. Os socialistas preocupam os dois e com legitimidade ameaçam seus planos.

Enquanto isso, Hartung diz que desconhece as pretensões de Casagrande e que tem "agulha e linha forte para costurar" uma aliança. Já Lula, tenta convencer Ciro a transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo, oferecendo apoio para a disputa pelo governo paulista.

"Se você perguntar a mim, pessoalmente, eu não desejo, não planejo, não quero e não faria a transferência de domicílio eleitoral e nem a candidatura ao governo de São Paulo" disse Ciro, em entrevista publicada neste domingo em A Tribuna. Ele e Casagrande têm sofrido grande pressão das canetas do Executivo, mas não parecem dispostos a recuar.

Candidatura única, propostas de governo únicas, um nome e um mesmo grupo no poder. A sociedade fica sem poder debater outros projetos e também sem opções nas urnas. Perde a democracia, que foi tão difícil de ser conquistada.Pior é ver esses movimentos vindo de pessoas que lutaram para que ela fosse estabelecida.

  • Frenético. E o pré-candidato Ricardo Ferraço (PMDB) não pára. Hoje participou de um desfile em Terra Vermelha, em Vila Velha, ao lado do prefeito da cidade, Neucimar Fraga (PR). A região é muito pobre e praticamente dominada pelo tráfico de drogas.
  • Multidão. Mas nada impediu Ricardo de marcar presença como governador em exercício para 4 mil pessoas, que foram ouvir as bandas do Exército e da Marinha tocarem.
  • Montanha. Em seguida, o peemedebista foi para as montanhas, onde caminhou ao lado do secretário de Estado da Agricultura e ex-presidente do PSDB, Ricardo Santos. O pré-candidato tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas não compareceu.

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