sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Aécio no caminho de Hartung


A sucessão presidencial viveu ontem seu primeiro grande momento com o surpreendente anúncio do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que abriu mão de sua pré-candidatura à Presidência da República em 2010. O fato caiu como uma bomba no mercado político e traz consequências para o Espírito Santo, principalmente para os planos do governador Paulo Hartung (PMDB).

Isso porque Hartung e Aécio têm muito em comum. Ambos são governadores muito bem avaliados, com altos índices de aprovação popular, estão em seus segundo mandatos, tentam eleger os vice-governadores como seus sucessores e deverão disputar uma vaga no Senado. É aí que a coisa começa a complicar, segundo algumas lideranças do Palácio Anchieta.

Depois do prestígio conquistado por Hartung, ser mais um senador ao lado de Renato Casagrande (PSB) e MagnoMalta (PR) não seria um avanço em sua carreira política, até porque ele já passou pelo Senado.

De acordo com alguns integrantes do primeiro escalão de Hartung, na última reunião de secretariado, ele deu sinais de que não deixaria o cargo em abril, pois não teria interesse em disputar o Senado só para ter um cargo, ainda mais com a imagem desgastada que aquela Casa carrega.

Para voltar para lá, Hartung iria com os planos de ser o novo presidente do Senado, levando em seu currículo a arrumação que fez no Espírito Santo após tantos escândalos de corrupção que pairaram por terras capixabas.

No entanto, o governador aguardava uma definição de Aécio, que após desistir da Presidência da República, também se tornou um forte candidato à presidência do Senado e ontem mesmo já declarou ser pré-candidato. Isso complicou ainda mais os planos do governador capixaba.

E agora, Hartung disputará qual cargo? Terminará sua gestão e não disputará as eleições? Difícil. Há quem diga que ele se movimenta para tentar ser o vice na chapa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência da República do PT. Pode parecer estranho, por ser de um Estado pequeno, mas a deputada federal Rita Camata (PSDB) já ocupou esse posto junto com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na disputa de 2002.

Como tudo muda muito rápido no mercado político, o momento é de aguardar e ver os próximos reflexos desse novo fato, como o crescimento da pré-candidatura à Presidência da República do deputado federal Ciro Gomes (PSB), que deverá ser inevitável. Isso por ele é aliado de Aécio e o tucano se quer mencionou o nome de Serra ao fazer seu anúncio ontem. Esse fato pode fortalecer também os planos de Casagrande na disputa pelo governo. Enfim, ocorreu uma reviravolta total.


  • Surpresas I. Como disse a colega Andreia Lopes em seu Twitter hoje, dezembro é sempre um mês de surpresas na política. Dizia em referência a descoberta de que o Espírito Santo também tinha sua participação nos esquemas de corrupção do Distrito Federal.
  • Surpresas II. Mas outras surpresas ainda poderão vir por aí. Já está nas mãos da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Laurita Vaz, concluso para decisão, o Inquérito 589, que investiga o maior esquema de corrupção já descoberto no Judiciário capixaba, que levou três desembargadores para a prisão.
  • Sem as mãos I. Como antecipei aqui ontem, o deputado estadual César Colnago (PSDB) fez uma representação contra o prefeito João Coser (PT) no Ministério Público do Espírito Santo (foto).
  • Sem as mãos II. Eles se encontraram ontem no Tribunal de Justiça e o petista não comprimentou o tucano. Mas apertou a mão do colega petista e também deputado estadual Claudio Vereza, que estava sentado ao lado de Colnago.

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2 comentários:

  1. Caro Mendes, tenho acompanhado sua coluna por indicação de um amigo comum nosso que é advogado.Parabéns pela independência como tem tratado nosso cotidiano da política. Isso é muito bom porque ajuda o eleitor a saber quem é quem, quem está se juntando com quem e por aí vai.
    E concordo com sua avaliação em relação ao futuro do nosso governador. Vai ser parada dura pra ele ter que disputar espaço com o Casagrande, aquele outro da pedofilia e, agora, com o neto do Tancredo, Aecio. É muito medalhão junto, né?
    Mas, eu acho que a maior dificuldade do nosso governador, que é um camarada trabalhador, será se o Serra virar presidente. E sabe por que? Ele maltratou muito o pessoal do Serra aqui no Estado, num foi? Se tiver alguma vaga de ministério pra nós essa deve ser dada ao Lucas, filho daquela senhora meio desbocada.
    Não sei se falei muita besteira, mas é o que eu penso, um grande abraço.

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  2. Alo Fernando, por acaso voce tem o contato do Conalgo?

    Será que ele sabe que suspenderam a coleta seletiva em Vitória. Parece que a empresa deixou de receber por esse serviço.

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