O debate no Congresso Nacional a respeito do uso da internet nas campanhas eleitorais de 2010 é totalmente em vão, no que diz respeito às restrições de opiniões e até mesmo de propagandas. Se as autoridades não conseguem nem mesmo barrar as redes de pedofilia, não serão os "eleitores acalourados" que ficarão de fora da prática de criar e-mails e perfis falsos nas diversas plataformas disponíveis, como o Twitter, Orkut, Facebook e You Tube.
Interessante é o avanço no que diz respeito às doações via web. O projeto de lei que que limita a campanha política em 2010 não conseguirá restringir de fato que o marketing eleitoral aconteça na internet. O fenômeno das plataformas sociais, que permitem a rápida disseminação de ideias e o boca a boca frenético no ambiente digital, não permitirá que a campanha eleitoral esteja alheia e não adentre na rede mundial.
O projeto de reforma eleitoral aguarda votação no plenário do Senado Federal, mas algumas importantes figuras políticas de partidos distintos, como os senadores Aloizio Mercadante (PT-SP), Arthur Virgilio (PSDB-AM) e o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) já se manifestaram contrários à regulamentação, inclusive em seus perfis no Twitter. A proposta original restringe blogs, sites e portais na internet de emitirem opinião favorável a um candidato.
Para o especialista em comunicação de marcas e empresas na web Gabriel Rossi, as discussões a respeito das eleições na internet não têm volta e só deverão crescer. “É inevitável que, em plataformas como Twitter e comunidades de sites de relacionamento, como Orkut e Facebook, surjam diversas conversas e comentários a respeito de algo que está nas ruas – que é a campanha política, independentemente da lei”, afirma Gabriel Rossi.
Ele afirma que é utopia acreditar que os cidadãos não vão participar de algo que é tão presente na vida deles como uma eleição presidencial, que motiva paixões e opiniões diversas. “A partir do momento que o internauta pode cada vez mais amplificar suas experiências e emoções, de pouco valerá restrições como esta, pois a campanha, de uma forma ou de outra, deverá migrar para o mundo virtual por meio das pessoas. As pessoas já se habituaram a utilizar estas ferramentas, que deixaram de ser simplesmente um modismo de internet para se tornar algo presente no dia-a-dia de todos.”
O aumento do número de brasileiros que acessam a internet e o alto número de horas que o consumidor no País passa na internet, ao contrário, tornará a eleição 2010 mais digitalizada do que nunca. “É possível que o Brasil reviva algo próximo ao fenômeno que ocorreu na eleição de Barack Obama (não necessariamente vindo dos candidatos), em que a internet teve papel fundamental e acabou por reinventar o relacionamento de políticos com seus constituintes”, analisa Rossi.
- Campanha. O vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) e o prefeito de Vitória, João Coser (PT), que coordena o movimento Avança ES, de apoio ao peemedebista, caminharam juntos na manhã desta sexta-feira pela periferia da capital, visitaram moradores, assistiram ao desfile das escolas e almoçam no restaurante popular, no centro.
- Decisão. A maratona só reforça o fato de que o grupo de Coser, que comanda o diretório do PT estadual, ignorou a decisão desta quinta-feira da Câmara de Recursos da nacional, que anulou a resolução dos petistas capixabas de apoio ao nome de Ricardo.
- Socialista. Quem também deverá ignorar a orientação partidária na manhã desse sábado é o líder do PSB na Assembleia, deputado Luciano Pereira, que confirmou presença no lançamento da "pré-campanha" de Ricardo no interior.
- Adversários. O evento, que acontecerá em Barra de São Francisco, reduto de Luciano, deverá reunir no mesmo palanque, com Ricardo, seu dois principais adversários, o prefeito da cidade, Waldeles Cavalcante (PSC) e seu colega de plenário, o democrata Giuliano dos Anjos (foto). Mas ninguém está reclamando. Todos acham normal.
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